quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

A “Rentabilidade da Ética”

A rentabilidade de uma actuação ética decorre directamente da importância e poder que a opinião pública vem adquirindo em especial nas sociedades desenvolvidas. Este poder da opinião pública torna inviável, ou pelo menos arriscado, qualquer tentativa de ganhar dinheiro à custa da ética. Os atentados contra o meio-ambiente ou contra a saúde pública, a discriminação racial, religiosa ou sexual, a publicidade enganosa, por exemplo, sempre que descobertos, levam a situações de contestação ou desaprovação social, com consequências negativas para a imagem corporativa da organização, levando geralmente a quebras nas vendas e a situações de graves prejuízos financeiros. Como agravante, a falta de ética constitui um importante factor de desmotivação, podendo originar um mau clima organizacional e a não identificação dos trabalhadores com a organização, acarretando invitáveis consequências negativas ao nível da produtividade e da eficiência.
Neste contexto, as organizações modernas só podem ser rentáveis no longo prazo se tiverem sempre presente o conceito de ética, ou seja, se tiverem linhas de conduta que não provoquem externalidades negativas na sociedade e seus interesses. Por outro lado, a organização só se pode desenvolver se tiver em atenção, além dos objectivos financeiros, a sua responsabilidade social. A base das sociedades actuais são as organizações (como referido antes, vivemos na sociedade das organizações), daí estas terem-se transformado na chave do desenvolvimento das populações, do progresso, da cultura e da civilização. Assim sendo, o poder crescente das organizações na sociedade deverá ser contrabalançado por responsabilidades sociais acrescidas. As organizações deverão passar a desempenhar parte do tradicional papel do Estado na defesa das questões de interesse social sob pena de serem sancionadas pela sociedade em geral.
Desta forma, a ética e o assumir das responsabilidades perante a sociedade pode converter-se num dos principais activos da organização, dado que gera confiança e transmite uma boa imagem da mesma junto de todos os que com ela se relacionam (sejam eles accionistas, funcionários, fornecedores, clientes ou opinião pública em geral). Assim, num mundo de crescente globalização da competição, torna-se sempre vantajoso corresponder às expectativas da sociedade.

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